COMETAS
Os cometas são simplesmente grandes blocos de gelo e poeiras, conglomerados de água congelada, gases (metano, amoníaco, dióxido de carbono) e silicatos que orbitam em torno do Sol. Dados recentes apontam para uma composição com 75% de porosidades e o núcleo poderá não ser sólido, sendo possivelmente constituído por grãos pouco compactados. A sua descrição passou de "bolas de neve sujas" para "bolas sujas de neve" porque têm mais poeiras do que gelo.
Classicamente são descritos como formados de "cabeça" (núcleo), "cabeleira" e "cauda".
Conforme um cometa se aproxima do Sistema Solar interior, a radiação solar faz com que os materiais voláteis vaporizem e sejam ejectados do núcleo, carregados de poeira, formando uma enorme e ténue atmosfera em torno do cometa, chamada “cabeleira” ou coma. O vento solar projecta o material da cabeleira na direcção oposta ao Sol, formando a cauda, que pode atingir os 100 milhões de km.
A cauda do cometa está geralmente dividida em duas: uma, que pode ser curva, formada por poeiras, e outra, rectilínea, constituída partículas eléctricas (iões).
Tanto a cabeleira como a cauda são iluminadas pelo Sol e podem-se tornar visíveis da Terra quando um cometa passa nas proximidades do Sol: a poeira reflecte a luz solar e os gases brilham devido à ionização.
Os jactos de poeira e de gás formam, cada um, a sua própria cauda distinta, apontando em direcções um pouco diferentes. A cauda de poeira é deixada atrás na órbita do cometa com a forma de uma curva, chamada de anticauda. A cauda de iões, feita de gases, aponta sempre para o lado oposto do Sol, já que este gás é afectado muito mais pelo vento solar que a poeira, seguindo linhas de campo magnético em vez de uma trajetória orbital.
CLASSIFICAÇÃO
A maioria dos cometas possui uma órbita elíptica alongada. São geralmente classificados de acordo com a duração e o tipo de período orbital, embora haja uma classificação mais complexa.
1. Periódicos, que estão divididos em dois grupos:
1.1. De período curto (inferior a 200 anos), que pertencem a duas famílias:
- a família de Júpiter (período orbital inferior a 20 anos) e cujo afélio raramente ultrapassa a órbita de Júpiter.
Um deles é o cometa Encke, que tem o período mais curto até agora conhecido: 3,3 anos.
É um cometa antigo que vai perdendo brilho em cada passagem. Por causa do seu período ser muito curto, já terá perdido a maior parte do seu material volátil. Está na origem da "chuva de estrelas" chamada Taurídeas. Alguns pensam que terá sido um dos seus fragmentos que terá chocado com a Terra em Tunguska, em 1908.
- a família Halley (períodos entre 20 e 200 anos), cujo afélio pode ir para lá de Neptuno (ver à frente).
1.2. De período longo (de 200 anos a vários milhões).
São semelhantes aos de longo período, mas as suas trajectórias parabólicas ou hiperbólicas fazem com que deixem o Sistema Solar permanentemente após passar pelo Sol apenas uma vez.
3. Cometas da Cintura Principal de Asteróides
Foram recentemente descobertos, com uma órbita plana e razoavelmente circular, muito semelhante a um asteróide.
ORIGEM
Supõe-se que há duas zonas de origem dos cometas no Sistema Solar.
Os de período curto emergem geralmente da Cintura de Kuiper ou do Disco Disperso, uma zona que se estende de 30 a 100 UA do Sol. As órbitas dentro da Cintura de Kuiper são reativamente estáveis e, por isso, pensa-se que muito poucos se terão originado aí. Contudo, como o Disco Disperso é muito activo, é muito mais provável ser origem de cometas, que passam para a zona dos planetas gigantes, que os empurram mais para dentro tornando-se cometas de período curto.
Os de período longo, como o cometa Hale-Boop, vêm da Nuvem de Oort (10 000 UA), um berçário de muitos milhões de cometas.
Assim se explicaria um antigo aparente paradoxo. Cada vez que passam perto do Sol, os cometas vão perdendo material. Então se os cometas se vão gastando, já deveriam ter sido totalmente destruídos durante a longa história do Sistema Solar. Explicação: a Nuvem de Oort proporciona uma fonte contínua de material que vai substituindo os cometas destruídos.
Foi o primeiro cometa a ser reconhecido como periódico.
É retrógrada, muito excêntrica e bastante inclinada.
Talvez se refira ao cometa Halley um registo chinês no Livro do Príncipe Huai Nan, do século XI aC. De qualquer modo, pertence aos chineses, o primeiro registo seguro, no ano 240 aC, data a partir da qual o cometa foi sempre visto, a olho nu, nas suas 30 passagens entre nós. Muitas vezes foi associado a acontecimentos nefastos ou favoráveis.
O astrónomo e matemático inglês, Edmond Halley (1656-1742), foi o primeiro a notar que as características de um cometa de 1682 eram praticamente as mesmas que as de dois outros que tinham aparecido em 1531 (observado por P. Apianus) e 1607 (observado por J. Kepler). Então concluiu que os três eram na realidade o mesmo objecto que voltava de 76 em 76 anos. Depois de uma estimativa das perturbações na órbita que o cometa iria sofrer devido à atracção dos planetas, previu o seu regresso em 1758. A previsão estava correcta, mas Halley não pode assistir, pois morrera em 1742.
Há vários registos gráficos ao longo da História.
Esta cena da Tapeçaria Bayeux mostra o rei Harold II a ser informado do Cometa Halley antes da Batalha de Hastings. Esta batalha ocorreu, a 14.Outubro.1066, perto de Hastings, na Inglaterra, entre as tropas inglesas do rei Haroldo II e o exército invasor de Guilherme II, Duque da Normandia. A vitória sorriu a Guilherme da Normandia e significou o fim da dinastia de reis anglo-saxões na Inglaterra.
O pintor florentino Giotto (1267-1337) testemunhou o aparecimento do Halley, em 1301, e achou bem pô-lo no lugar da Estrela de Belém neste seu quadro.
O rescritor Mark Twain, tão conhecido por “As Aventuras de Tom Sawyer”, nasceu no dia da aparição do Cometa Halley, em 1835, e morreu no dia de sua aparição seguinte, em 1910. Ele mesmo previra isso em 1909, quando disse: “Eu apareci com o Cometa Halley em 1835. Ele deve voltar a aparecer no ano que vem e eu espero ir embora com ele".
Aparência do cometa Halley em várias imagens na sua aparição em 1910.
A cauda do cometa aumenta à medida que ele se aproxima do Sol
e diminui quando se afasta dele.
O seu núcleo, com 16 km x 8 km x 8 km, é um dos objectos mais escuros do Sistema Solar: reflecte apenas 3% da luz (albedo). Tem uma densidade muito baixa (0,1gm/cm3), indicativo de que será poroso, talvez porque fique muita poeira "suja" depois dos gelos se evaporarem.
COMETA HYAKUTAKE
Em 1996, um cometa inesperadamente brilhante passou próximo da Terra, a apenas 15 milhões de km. A sua anterior passagem foi há 17000 anos, sendo possivelemnte o primeiro a ser visto por seres humanos.
Nesta fotografia tirada a 26.Março.1996, vê-se a cauda iónica azulada, à esquerda. À direita, a cabeleira tingida de verde. obscurece um núcleo de poeira gelada, calculado em 5kKm.
Porque deverá ser gravitacionalmente deflectido pelos planetas maciços, é expectável que o cometa só volte a aproximar-se da Terra daqui a uns 100 000 anos.
METEORÓIDES
São fragmentos de materiais que vagueiam pelo espaço e que, segundo a IMO (Organização Internacional de Meteoros), possuem dimensões significativamente menores que um asteróide e significativamente maiores que a poeira interestelar.
Resultam de ejecções de cometas ao passarem perto do Sol, da colisão entre dois asteróides ou são fragmentos que ficaram livres durante a formação do Sistema Solar.
Ao entrarem na atmosfera, dão origem a meteoros (se são totalmente destruídos pelo atrito) ou a meteoritos (se consegue atingir a superfície terrestre).
METEOROS
A palavra vem do grego meteoron, "fenómeno no céu". Chama-se Meteoro ao fenómeno luminoso produzido pela passagem de um meteoróide pela atmosfera e resulta da fricção que acontece entre 80 a 110 km acima da superfície da Terra. Pode apresentar várias cores, dependentes da velocidade e da composição do meteoróide. Em linguagem popular é designado por estrela cadente.
Pode aparecer sob duas formas:
- a "chuvas de estrelas", que parecem vir do mesmo ponto do espaço:
- "meteoros esporádicos"
METEORITOS
Os meteoritos são difíceis de classificar, mas os três maiores grupos são:
- rochosos, os mais abundantes, dos quais 85,7% são Condritos, formado de esferas milimétricas, cuja idade é a mesma do Sistema Solar;
- ferrosos (5,7%);
- rochoso-ferrosos (1,5%).
São pedaços de rocha que foram capturados pela gravidade de um planeta e atraídos para a sua superfície. Podem ter várias proveniências:
O primeiro, à esquerdo, é muito provavelmente proveniente da crusta do asteróide Vesta, pois tem um espectro característico do mineral piroxena, típico deste asteróide. É único porque:
- é composto quase totalmente por piroxena, comum em correntes de lava;
- a estrutura granulosa do mineral indica que já esteve liquefeito;
- a relação entre os seus isótopos de oxigénio não são idênticos aos que se encontram em todas as outras rochas da Terra e da Lua.
O da direita, denominado EETA 79001, foi encontrado no gelo na Antártida e é muito provavelmente de Marte, porque contém uma pequena quantidade de gás quimicamente idêntico à atmosfera marciana. É um basalto, muito semelhante aos basaltos encontrados em Terra. Formou-se numa erupção vulcânica há cerca de 180 milhões de anos.
O meteorito mais pesado, o Hoba, caiu na África do Sul.
Pensa-se que terá caído há menos de 80 000 anos. A atmosfera terrestre deve tê-lo travado o suficiente para ficar intacto e causar uma pequena escavação. Possivelmente a sua entrada na atmosfera foi tal que fez com que "ricocheteasse" como uma pedra atirada paralelamente à água de um rio.
Foi descoberto na fazenda de "Hoba West", na Namíbia, mas devido à sua grande massa (cerca de 60 toneladas), nunca foi removido do local. Com este peso é o maior meteorito conhecido, num único fragmento, e o objecto de ferro mais maciço natural que se conhece à superfície da Terra.
Muito curioso é o meteoróide ou pequeno asteróide 2008 TC3, agora chamado Almahata Sitta, que caiu, a 7.Outubro.2008, no deserto da Núbia, no Sudão.
É notável porque foi a primeira vez que um meteoróide ou um pequeno asteróide foi detectado antes de se despenhar na atmosfera terrestre (imagem do lado esquerdo).
Foram recolhidos cerca de 280 pequenos meteoritos com uma massa total de 5 kg. Na imagem da direita, está o meteorito nº 15, com 4 cm.
A bola de fogo ou bólide é um meteoro muito brilhante, de que se conhecem vários exemplos mais antigos e mais recentes.
2 comentários:
eu achei muito legal aprendi muito sobre os cometas eu tenho 13 anos e sou muito interessada nesses asuntos
Lua
Fico muito contente por teres gostado.
Sabes que eu também gosto muito de admirar o mundo que nos rodeia e de que fazemos parte.
Comecei este blog para me divertir e se alguém também gostar é muito legal.
As pessoas hoje não sabem admirar-se nem maravilhar-se com as coisas bonitas que temos à nossa volta.
O mundo é muito bonito. As pessoas é que, muitas vezes, o fazem feio. Mas as pessoas, quando querem, também são bonitas e felizes.
Espero que a tua vida seja também muito bonita. Mas não te esqueças que para teres uma vida bonita tens de ser bonita por fora (certamente que és) mas também por dentro.
Percebes o que quero dizer-te?
É que eu já sou um velhote e tenho dificuldade em falar com meninas de 13 anos.
Vais ver que nem tudo te vai correr bem na vida, mas a vida é muito bonita se soubermos fazê-la bonita. Nem sempre é fácil, mas se tu quiseres e lutares por isso, podes ser muito feliz, olhar o mundo e a vida de foram divertida, saboreando o que têm de bom e aprenderes a vencer as dificuldades. Certamente que os teus pais e os teus amigos e amigas te irão ajudar.
Lua, muitas felicidads para ti e se gostas deste blog vem mais vezes.
Lá mais para a frente vais encontrar coisas mais complicadas, mas podes perguntar a alguém mais velho que te explique ou podes pôr aqui as tuas dúvidas.
Se eu souber, respondo-te; se não, vou estudar até aprender a responder-te.
É que eu quero contar a história de como a humanidade foi aprendendo a conhecer o mundo, quero falar do Big bang (já ouviste falar?) e como foi complicado lá chegar.
E, pronto, tive muito gosto em falar contigo.
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