segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cometas e Meteoróides

COMETAS

Os cometas são simplesmente grandes blocos de gelo e poeiras, conglomerados de água congelada, gases (metano, amoníaco, dióxido de carbono) e silicatos que orbitam em torno do Sol. Dados recentes apontam para uma composição com 75% de porosidades e o núcleo poderá não ser sólido, sendo possivelmente constituído por grãos pouco compactados. A sua descrição passou de "bolas de neve sujas" para "bolas sujas de neve" porque têm mais poeiras do que gelo.
Classicamente são descritos como formados de "cabeça" (núcleo), "cabeleira" e "cauda".

Conforme um cometa se aproxima do Sistema Solar interior, a radiação solar faz com que os materiais voláteis vaporizem e sejam ejectados do núcleo, carregados de poeira, formando uma enorme e ténue atmosfera em torno do cometa, chamada “cabeleira” ou coma. O vento solar projecta o material da cabeleira na direcção oposta ao Sol, formando a cauda, que pode atingir os 100 milhões de km.
A cauda do cometa está geralmente dividida em duas: uma, que pode ser curva, formada por poeiras, e outra, rectilínea, constituída partículas eléctricas (iões).


Tanto a cabeleira como a cauda são iluminadas pelo Sol e podem-se tornar visíveis da Terra quando um cometa passa nas proximidades do Sol: a poeira reflecte a luz solar e os gases brilham devido à ionização


Os jactos de poeira e de gás formam, cada um, a sua própria cauda distinta, apontando em direcções um pouco diferentes. A cauda de poeira é deixada atrás na órbita do cometa com a forma de uma curva, chamada de anticauda. A cauda de iões, feita de gases, aponta sempre para o lado oposto do Sol, já que este gás é afectado muito mais pelo vento solar que a poeira, seguindo linhas de campo magnético em vez de uma trajetória orbital.



CLASSIFICAÇÃO
A maioria dos cometas possui uma órbita elíptica alongada. São geralmente classificados de acordo com a duração e o tipo de período orbital, embora haja uma classificação mais complexa.

1. Periódicos, que estão divididos em dois grupos:

1.1. De período curto (inferior a 200 anos), que pertencem a duas famílias:
- a família de Júpiter (período orbital inferior a 20 anos) e cujo afélio raramente ultrapassa a órbita de Júpiter.
Um deles é o cometa Encke, que tem o período mais curto até agora conhecido: 3,3 anos.

Cometa                      e                  Órbita

É um cometa antigo que vai perdendo brilho em cada passagem. Por causa do seu período ser muito curto, já terá perdido a maior parte do seu material volátil. Está na origem da "chuva de estrelas" chamada Taurídeas. Alguns pensam que terá sido um dos seus fragmentos que terá chocado com a Terra em Tunguska, em 1908. 

Bola de fogo Taurídea     e           Impacto em Tunguska

- a família Halley (períodos entre 20 e 200 anos), cujo afélio pode ir para lá de Neptuno (ver à frente).

1.2. De período longo (de 200 anos a vários milhões).


2. Cometas Não Periódicos ou de aparição única
São semelhantes aos de longo período, mas as suas trajectórias parabólicas ou hiperbólicas fazem com que deixem o Sistema Solar permanentemente após passar pelo Sol apenas uma vez.

3. Cometas da Cintura Principal de Asteróides
Foram recentemente descobertos, com uma órbita plana e razoavelmente circular, muito semelhante a um asteróide.


 
ORIGEM
 
Supõe-se que há duas zonas de origem dos cometas no Sistema Solar.
Os de período curto emergem geralmente da Cintura de Kuiper ou do Disco Disperso, uma zona que se estende de 30 a 100 UA do Sol. As órbitas dentro da Cintura de Kuiper são reativamente estáveis e, por isso, pensa-se que muito poucos se terão originado aí. Contudo, como o Disco Disperso é muito activo, é muito mais provável ser origem de cometas, que passam para a zona dos planetas gigantes, que os empurram mais para dentro tornando-se cometas de período curto.
Os de período longo, como o cometa Hale-Boop, vêm da Nuvem de Oort (10 000 UA), um berçário de muitos milhões de cometas.
Assim se explicaria um antigo aparente paradoxo. Cada vez que passam perto do Sol, os cometas vão perdendo material. Então se os cometas se vão gastando, já deveriam ter sido totalmente destruídos durante a longa história do Sistema Solar. Explicação: a Nuvem de Oort proporciona uma fonte contínua de material que vai substituindo os cometas destruídos.



COMETA HALLEY

Foi o primeiro cometa a ser reconhecido como periódico.

É retrógrada, muito excêntrica e bastante inclinada.

Talvez se refira ao cometa Halley um registo chinês no Livro do Príncipe Huai Nan, do século XI aC. De qualquer modo, pertence aos chineses, o primeiro registo seguro, no ano 240 aC, data a partir da qual o cometa foi sempre visto, a olho nu, nas suas 30 passagens entre nós. Muitas vezes foi associado a acontecimentos nefastos ou favoráveis.

O astrónomo e matemático inglês, Edmond Halley (1656-1742), foi o primeiro a notar que as características de um cometa de 1682 eram praticamente as mesmas que as de dois outros que tinham aparecido em 1531 (observado por P. Apianus) e 1607 (observado por J. Kepler). Então concluiu que os três eram na realidade o mesmo objecto que voltava de 76 em 76 anos. Depois de uma estimativa das perturbações na órbita que o cometa iria sofrer devido à atracção dos planetas, previu o seu regresso em 1758. A previsão estava correcta, mas Halley não pode assistir, pois morrera em 1742.

Há vários registos gráficos ao longo da História.

 

Esta cena da Tapeçaria Bayeux mostra o rei Harold II a ser informado do Cometa Halley antes da Batalha de Hastings. Esta batalha ocorreu, a 14.Outubro.1066, perto de Hastings, na Inglaterra, entre as tropas inglesas do rei Haroldo II e o exército invasor de Guilherme II, Duque da Normandia. A vitória sorriu a Guilherme da Normandia e significou o fim da dinastia de reis anglo-saxões na Inglaterra. 


O pintor florentino Giotto (1267-1337) testemunhou o aparecimento do Halley, em 1301, e achou bem pô-lo no lugar da Estrela de Belém neste seu quadro.



O rescritor Mark Twain, tão conhecido por “As Aventuras de Tom Sawyer”, nasceu no dia da aparição do Cometa Halley, em 1835, e morreu no dia de sua aparição seguinte, em 1910. Ele mesmo previra isso em 1909, quando disse: “Eu apareci com o Cometa Halley em 1835. Ele deve voltar a aparecer no ano que vem e eu espero ir embora com ele".

Aparência do cometa Halley em várias imagens na sua aparição em 1910.
A cauda do cometa aumenta à medida que ele se aproxima do Sol
e diminui quando se afasta dele.




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O seu núcleo, com 16 km x 8 km x 8 km, é um dos objectos mais escuros do Sistema Solar: reflecte apenas 3% da luz (albedo). Tem uma densidade muito baixa (0,1gm/cm3), indicativo de que será poroso, talvez porque fique muita poeira "suja" depois dos gelos se evaporarem.





COMETA HYAKUTAKE

Em 1996, um cometa inesperadamente brilhante passou próximo da Terra, a apenas 15 milhões de km. A sua anterior passagem foi há 17000 anos, sendo possivelemnte o primeiro a ser visto por seres humanos.


Nesta fotografia tirada a 26.Março.1996, vê-se a cauda iónica azulada, à esquerda. À direita, a cabeleira tingida de verde. obscurece um núcleo de poeira gelada, calculado em 5kKm.
Porque deverá ser gravitacionalmente deflectido pelos planetas maciços, é expectável que o cometa só volte a aproximar-se da Terra daqui a uns 100 000 anos.



METEORÓIDES

São fragmentos de materiais que vagueiam pelo espaço e que, segundo a IMO (Organização Internacional de Meteoros), possuem dimensões significativamente menores que um asteróide e significativamente maiores que a poeira interestelar.
Resultam de ejecções de cometas ao passarem perto do Sol, da colisão entre dois asteróides ou são fragmentos que ficaram livres durante a formação do Sistema Solar.


Ao entrarem na atmosfera, dão origem a meteoros (se são totalmente destruídos pelo atrito) ou a meteoritos (se consegue atingir a superfície terrestre).


METEOROS

A palavra vem do grego meteoron, "fenómeno no céu". Chama-se Meteoro ao fenómeno luminoso produzido pela passagem de um meteoróide pela atmosfera e resulta da fricção que acontece entre 80 a 110 km acima da superfície da Terra. Pode apresentar várias cores, dependentes da velocidade e da composição do meteoróide. Em linguagem popular é designado por estrela cadente.

Pode aparecer sob duas formas:
- a "chuvas de estrelas", que parecem vir do mesmo ponto do espaço:


- "meteoros esporádicos"



METEORITOS

Os meteoritos são difíceis de classificar, mas os três maiores grupos são:
- rochosos, os mais abundantes, dos quais 85,7% são Condritos, formado de esferas milimétricas, cuja idade é a mesma do Sistema Solar;
ferrosos (5,7%);
rochoso-ferrosos (1,5%).

São pedaços de rocha que foram capturados pela gravidade de um planeta e atraídos para a sua superfície. Podem ter várias proveniências:


O primeiro, à esquerdo, é muito provavelmente proveniente da crusta do asteróide Vesta, pois tem um espectro característico do mineral piroxena, típico deste asteróide. É único porque:
- é composto quase totalmente por piroxena, comum em correntes de lava;
- a estrutura granulosa do mineral indica que já esteve liquefeito;
- a relação entre os seus isótopos de oxigénio não são idênticos aos que se encontram em todas as outras rochas da Terra e da Lua.
O da direita, denominado EETA 79001, foi encontrado no gelo na Antártida e é muito provavelmente de Marte, porque contém uma pequena quantidade de gás quimicamente idêntico à atmosfera marciana. É um basalto, muito semelhante aos basaltos encontrados em Terra. Formou-se numa erupção vulcânica há cerca de 180 milhões de anos.

O meteorito mais pesado, o Hoba, caiu na África do Sul.


Pensa-se que terá caído há menos de 80 000 anos. A atmosfera terrestre deve tê-lo travado o suficiente para ficar intacto e causar uma pequena escavação. Possivelmente a sua entrada na atmosfera foi tal que fez com que "ricocheteasse" como uma pedra atirada paralelamente à água de um rio.
Foi descoberto na fazenda de "Hoba West", na Namíbia,  mas devido à sua grande massa (cerca de 60 toneladas), nunca foi removido do local. Com este peso é o maior meteorito conhecido, num único fragmento, e o objecto de ferro mais maciço natural que se conhece à superfície da Terra.

Muito curioso é o meteoróide ou pequeno asteróide 2008 TC3, agora chamado Almahata Sitta, que caiu, a 7.Outubro.2008, no deserto da Núbia, no Sudão.

Entrada na atmosfera           e             Almahata Sitta 15

É notável porque foi a primeira vez que um meteoróide ou um pequeno asteróide foi detectado antes de se despenhar na atmosfera terrestre (imagem do lado esquerdo).
Foram recolhidos cerca de 280 pequenos meteoritos com uma massa total de 5 kg. Na imagem da direita, está o meteorito nº 15, com 4 cm.

A bola de fogo ou bólide é um meteoro muito brilhante, de que se conhecem vários exemplos mais antigos e mais recentes.

                 Idade Média             e      1683: Gravura de Mallet



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sistema Solar: Localização dos Asteróides

Os Asteróides distribuem-se por todo o Sistema Solar. Contudo, a maior parte ocupa a chamada "Cintura Principal", que fica entre Marte e Júpiter. Há depois um outro aglomerado principal, mas muito menor, que se localiza para lá de Neptuno (os TNOs).




DEFINIÇÕES PRÉVIAS

Periélio de um planeta é o ponto da sua órbita mais próximo do Sol; Afélio, o ponto mais afastado.

Asteróides Troianos
Antes de falar destes asteróides, uma pequena introdução aos Pontos de Lagrange (L).
Os asteróides troianos partilham a órbita de um planeta, mantendo uma separação angular de cerca de 60º à frente (L4) ou a atrás do planeta (L5). Na imagem, M representa o Sol e m um planeta.

Pontos L são pontos onde as forças gravitacionais de dois corpos se equilibram.
Foram descobertos, em 1772, pelo matemático L. Lagrange.
Há cinco pontos L num sistema de dois corpos. São as soluções do "problema dos três corpos" que tem por objectivo estudar as órbitas de três corpos, sujeitos apenas às atracções gravitacionais entre si. O terceiro corpo colocado num destes pontos L mover-se-á em uníssono com os outros dois, mantendo sempre as mesmas posições relativas. Contudo, apenas os pontos L4 e L5 são estáveis, desde que a razão das massas seja superior a 24,96. Por isso foram os únicos ocupados naturalmente pelos objectos troianos.
Apesar da sua instabilidade, os outros pontos, L1, L2 e L3, podem ser utilizados na exploração espacial. Por exemplo, o ponto L2 tem servido para colocar sondas e telescópios: o exemplo mais recente foi o da sonda Planck.. Está localizado a 1,5 milhões de km da Terra, no lado oposto ao Sol. Devido à sua instabilidade, os objectos aí colocados descrevem a chamada "órbita do halo" ou "órbita de Lissajous", tendo necessidade de ajustas orbitais mensais (cerca de 23 dias) para se manterem na sua posição, que não é bem um "ponto" mas uma zona com alguma dimensão.





ZONAS DE LOCALIZAÇÃO

Os Asteróides estão distribuídos por vários grupos. Vou agora apresentá-los, seguindo a ordem crescente da distância ao Sol:
1.NEAs, os mais próximos da Terra, que se agrupam em vários conjuntos;
2. Troianos de Marte;
3. "Cruzadores" de Marte;
4. Cintura Principal;
5. Troianos de Júpiter;
6. Família Hilda;
7. Centauros;
8. TNOs, os que ficam para lá de Neptuno e formam várias famílias.


1. NEAs (Near-Earth Asteroids) Asteróides próximos da Terra

Formam várias famílias, de acordo com o tipo de órbita. O nome de cada família é o do primeiro asteróide  a ter sido descoberto. São cerca de dois milhões:


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1.1. ASTERÓIDES ATENS
O seu afélio é superior ao periélio da Terra.; há já várias centenas oficialmente registados. O mais famoso é Apophis (300 m; 50 000 milhões de Kg), porque deverá passar, a 35 000 Km da Terra, a 13.Abril.2029.



Asteróides Apoheles,
Também conhecidos por IEOs (Inner Earth Objects: "objectos interiores à (órbita da) Terra"), formam uma subclasse dos Asteróides Atens. Orbitam em torno do Sol dentro da órbita da Terra: o seu afélio é 0.983 UA. O nome vem de uma palavra havaiana que significa "órbita".
O primiero a ser descoberto foi o Atira; por isso são também chamados asteróides Atira. Em finais de 2008 conheciam-se cinco; agora parece haver mais quatro candidatos.

1.2. ASTERÓIDES APOLLOS
Têm o seu periélio inferior ao afélio da Terra. Há cerca de dois mil oficialmente registados. Destacaria Sísifo, o maior deste grupo (8,2 km) pelas suas ressonâncias filosóficas.


Mito de Sísifo
Certo dia, uma águia sobrevoou a sua cidade, levando nas garras uma bela jovem. Sísifo reconheceu a jovem como Egina, a filha de Asopo, um deus-rio, e a águia como mais uma das metamorfoses de Zeus. Procurado pelo pai da rapariga, Sísifo fez um acordo com ele: em troca de uma fonte de água para a sua cidade ele indicar-lhe-ia o paradeiro da filha. O acordo foi feito e a fonte, que recebeu o nome de Pirene, foi consagrada às Musas.
Ao saber disto, Zeus ficou furioso e mandou Tànatos, o deus da Morte, levar Sísifo para o Hades (o mundo subterrâneo). Porém, Sísifo conseguiu enganar o enviado de Zeus. Elogiou sua beleza e ofereceu-se para lhe enfeitar seu pescoço com um colar. Só que o colar não passava de uma coleira, aprisionando a Morte. Assim, durante algum tempo não morreu mais ninguém, o que deixou enfurecidos Hades, o deus dos mortos, e Ares, o deus da guerra, que precisavam dos préstimos da Morte.
Então Hades libertou Tânatos e mandou-lhe trazer Sísifo para as mansões da morte. Mas, ao despedir-se da mulher, Sísifo pediu-lhe, em segredo, que não enterrasse o seu corpo.
Já no inferno, Sísifo reclamou junto de Hades pelo facto da sua esposa não o ter enterrado e pediu-lhe mais um dia para se vingar da mulher ingrata que não cumprira os rituais fúnebres. Hades concordou e Sísifo retomou o seu corpo e fugiu com a esposa, enganando assim a Morte pela segunda vez.
Sísifo acabou por morrer de velho e Zeus enviou Hermes para conduzir, de novo, a sua alma para o Hades, onde foi condenado a rolar, por toda a eternidade, uma grande pedra de mármore até ao cimo de uma montanha. Contudo, quando chegava perto do cimo, a pedra rolava montanha abaixo e Sísifo tinha de recomeçar a empurrá-la para cima.


"Bitaites" pessoais ao Comentário de Camus
Bem sei que não me devia meter em aventuras filosóficas, pois os meus estudos de Filosofia acabaram há meio século. Mas ainda hoje recordo de Camus dois grandes livros: “O Mito de Sísifo” e a “Peste”. Muito pouco ficou a não ser umas ideias esparsas agora recordadas com uma leitura aqui ou ali. Mas mesmo assim vou arriscar. Os filósofos que não me crucifiquem. E os outros que me desculpem os potenciais disparates que se seguem. Mas à nostalgia da Terceira Idade tudo se deve perdoar!

Em “O Mito de Sísifo” (1942), Camus expõe uma “filosofia do absurdo”, que muitos ilustres escritores continuaram. O livro abre logo com uma frase lapidar: “Há apenas um problema filosófico verdadeiramente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida significa responder à questão fundamental da filosofia”.
É importante, no entanto, situarmo-nos no contexto. Camus, que já antes olhava para o mundo com descrença, sofrera uma grande provação: entre 1937 e 1942, passara longas temporadas em sanatórios para tratamento. Foi, então, que escreveu “Calígula”. Calígula, profundamente marcado pela morte da irmã, percebe que “os homens morrem e não são felizes”. Por isso, sente a obsessão da morte e a tentação de fugir deste mundo absurdo.
Contudo, “O Mito de Sísifo” não é um apelo ao suicídio, mas à vida e ao modo como a viver: “Do absurdo eu tiro três consequências: a minha revolta, a minha liberdade e a minha paixão”. A revolta leva-nos a nunca nos resignarmos, a lutar sempre. A lutar por quem? Pelo homem: “O homem é o seu fim último”. Ao rolar o calhau, Sísifo “reconhece toda a extensão da sua condição miserável”. Mas pode-se empurrar a pedra até ao cimo da montanha e ter de voltar a fazê-lo várias vezes, desde que, nos intervalos, se mantenha e se renove a consciência da nossa existência. É nesse reconhecimento que está a libertação. Deste modo, o seu destino é superado e podemos, “temos de imaginar Sísifo feliz”.
Mais tarde, apesar de não “estar na posses de nenhuma verdade”, Camus continua a sua luta contra “a violência feita ao homem”, sobretudo com a “Peste” (1947), onde o problema de fundo é agora o do mal, nas suas múltiplas dimensões: “Com o tempo – disse Tarrou ao doutor Rieux – acabei por compreender que mesmo os melhores não podem deixar hoje de matar ou de deixar matar, pois isso estava na lógica em que viviam, e que não podemos fazer um gesto neste mundo sem risco de fazer morrer. Sim, continuei a ter vergonha, apercebi-me de que todos nós estávamos na peste e perdi a paz. Desde então venho-a procurado, tentando compreender os outros e não ser inimigo mortal de ninguém. Sei apenas que devemos fazer os possíveis para não continuar a ser um pestífero e que só assim podemos ter esperança de alcançar a paz ou uma boa morte na falta dela. É isso que pode aliviar os homens e, se não salvá-los, pelo menos causar-lhes o menor mal possível e, por vezes, mesmo algum bem”.
Assim procura (será heresia filosófica o que vou dizer?) o que os cristãos chamam a santidade, mas uma “santidade ateia” como resposta ao seu anterior absurdo da vida. É o que pode concluir-se deste pequeno diálogo:
“- Em resumo – disse Tarrou com simplicidade – o que me interessa é saber como um homem se torna um santo.
- Mas o senhor não acredita em Deus – respondeu-lhe Rieux.
- Precisamente. O único problema concreto que hoje me preocupa é saber se um homem pode tornar-se santo sem Deus”.
E concluo com Charles Moeller: "Le Mythe de Sisyphe começava com esta frase: "Não há senão um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio". Em 1947, Camus, pela boca de Tarrou, substitui  esse problema pelo da santidade no ateísmo. O aprofundamento da ideia é inegável. O autor de La Peste penetrou para além das aparências, ultrapassou o plano dos actos exteriores. Descobriu que não há apenas o assassinato dos corpos, mas também o "assassinato espiritual", essa lei da luta pela sobrevivência do mais apto, que caracteriza os nossos actos mais secretos, os nossos menores gestos, os nossos menores pensamentos. Precisamos pois de colocar no itinerário de Camus uma segunda crise, uma segunda "estrada de Damasco", aquela que a guerra o fez percorrer".


1.3. ASTERÓIDES AMORS
Situam-se entre as órbitas da Terra e de Marte. Embora possam cruzar ocasionalmente a órbita de Marte, nunca cruzam a da Terra embora se possam aproximar bastante. Há mais de mil e quinhentos oficialmente registados. O mais conhecido é Eros, que tem sido especialmente estudado.

História mitológica
Eros (Cupido), o deus grego do amor, era, segundo Hesíodo, filho de Caos, portanto um deus primordial. Para outros, era filho de Afrodite (Vénus) e Ares (Marte).
Inicialmente era representado como um belo jovem, às vezes alado, que feria os corações dos humanos com setas. Aos poucos, os artistas foram reduzindo a sua idade até que, no período helenístico, passou a ser representado por um menino, modelo que foi mantido no Renascimento.


O mais conhecido deste mito, foram as suas relações com Psique.
Perante o perigo de Eros se apaixonar por Psique, uma mortal, Afrodite mandou, por ciúmes, o filho fazer com que Psique se apaixonasse pelo homem mais feio e vil que existisse. Mas Eros apaixonou-se por ela e acabaram por casar, com a condição de ela nunca lhe ver o rosto: Eros queria ser amado não por ser deus mas como homem. Durante muito tempo, ela não o olhou. Mas a curiosidade acabou por vencê-la. Uma noite, enquanto ele dormia, Psique acendeu uma vela para vê-lo. Mas uma gota de cera quente caiu-lhe no peito acordando-o. Então, sem pronunciar uma palavra, abriu suas asas e voou pela janela fora. O palácio e o que ele continha desapareceram. Psique vagueou dia e noite, sem comer nem dormir, procurando o esposo, que estava preso no quarto da mãe por causa de sua ferida. Afrodite ficara irritada com o casamento. Por isso, quando Psique a procurou para a ajudar a encontrar Eros, Afrodite impôs-lhe uma série de tarefas. Contando com a ajuda de vários amigos, Psique conseguiu cumprir todas as tarefas. Então Zeus mandou-a levar para o Olimpo, onde lhe deu a beber um copo de néctar, tornando-a assim imortal, e unindo-a para sempre com Eros, a pedido deste. Dessa união nasceu Hedone (Prazer).



Características

Dimensões: 34,4 km x 11,2 km x 11,2 km
Distância média oa Sol: 220 milhões de km (1,45 UA); entre 1,13 e 1,78 UA;
Período de translação: 1,76 anos;
Período de rotação: 5 h e 16 m.


A missão NEAR (Near Earth Asteroid Rendezvous) permitiu descobrir que Eros é um corpo sólido, de composição quase uniforme, que se terá formado nos primeiros anos do Sistema Solar.


A 12.Fev.2001, a missão NEAR fez chocar uma sonda contra a superfície do asteroide, paa poder enviar o máximo de dados sobre a composição da superfície.
A NEAR ficará provavelmente no asteróide durante milhares de milhões de anos como um momento ao engenho humano na viragem do terceiro millénio. Mas sobretudo em homenagem à sua crença no AMOR


SONETO A QUATRO MÃOS
Paulo Mendes Campos e Vinícius de Moraes (12.Agosto.1945)

Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.


1.4. ASTERÓIDES ARJUNAS
Arjuna é um dos Pandavas, os heróis do poema épico hindú Mahābhārata. A palavra sânscrita significa "brilhante", 'shining', "branco", "prata" (daí o latino argentum, "prata"). Era um archeiro imbatível.



Características
São objectos vagamente definidos, com menos de 100 m, que têm uma orbita em torno do Sol semelhante à da Terra, fraca excentricidade e pequena inclinação. Devido a essa indefinição, alguns podem pertencer a uma das famílias anteriormente referidas e podem vir a chocar coma Terra.
São tão mal conhecidos que, quando foi dectectado um objecto de 10 m de diâmetro, classificado como 1991VG, foi e continua a ser objecto das seguintes interpretações:



1.5. ASTERÓIDES PHAs (Potentially Hazardous Asteriods = Asteróides Potencialmente Perigosos)
São "potencialmente perigosos" porque podem aproximar-se da Terra a menos de 0,05 UA (7 milhões de Km) e têm mais de 150 m de diâmetro. Actualmente conhecem-se mais de mil. “Potencialmente” não significa que eles choquem com a Terra; apenas que há possibilidade disso. Há uma lista oficial dos PHAs que passarão a uma distância da Terra inferior a 0,05 UA até ao ano 2 178. Um deles é

Foi descoberto, a 4.Janeiro.1989, por C. Pollas, que lhe deu o nome de um deus celto-gálico, muitas vezes invocado nas aventuras de Asterix. 
"Por Toutatis”, os Romanos que se cuidem!!!!



Dimensões: 4,5 km x 2,4 km x 1,9 km;
Distância média ao Sol: 750 milhões de km (5 UA); entre 0,93 a 4,13 UA;
Período de translação: 4 anos;
Período de rotação: 5,4 e 7,3 dias;
Temperatura média: -99 ºC.

Este modelo tem uma resolução de 84 m.

A origem da grande reentrância é desconhecida: pode ser devida a um impacto ou resultar do facto de dois asteróides se terem "encostado" suavemente formando um asteróide binário.
Tem um dos mais estranhos movimentos de rotação: em vez de rodar sobre um único eixo, como os planetas e a grande maioria dos asteróides, "oscila" como uma bola de rugby quando salta, em resultado de dois movimentos com períodos diferentes (5,4 e 7,3 dias) que se combinam de tal modo que a sua orientação relativamente ao Sistema Solar nunca se repete.
 
 


2. TROIANOS DE MARTE

Vi uma referência muito exótica a estes asteróides, que formariam dois pequenos grupos na órbita de Marte:
- no ponto L4: apenas um, com 1 km de diâmetro;
- no ponto L5: 2, o maior dos quais, Eureka, com 3 Km de diâmetro.
No entanto, há uma lista oficial que regista quatro: 3 no ponto L5 e 1 no ponto L4. O primiero foi descoberto, a 20.Junho.1990, por D.H. Levy (Oservatório de Palomar), que lhe deu o nome de Eureka.



O seu periélio situa-se entre 1,38 e 1.67 UA, pelo que "cruzam" a órbita de Marte. São muitas centenas.
O primeiro foi descoberto, em 1873, por J.C. Watson, que lhe deu o nome de AETHRA, a mãe de Teseu, da mitologia grega, cujas características são:
Dimensões: 43 km;
Distância média ao Sol: 390 milhões de km (2,6 UA); entre 1,6 e 3,6 UA;
Período de translação: 4,2 anos;
Período de rotação: 5 h
Temperatura média: -95 ºC.



4. CINTURA PRINCIPAL

Fica situada entre Marte e Júpiter.


As colisões sucessivas entre os protoplanetas, no primeiro milhão de anos da formação do Sistema Solar, levaram aos típicos planetas rochosos e aos gasosos.
No entanto, nesta zona, a forte gravidade de Júpiter impossibilitou que os protoplanetas se agrupassem num único planeta. Assim, continuaram a orbitar o Sol sem se aglutinarem. Neste sentido, esta Cintura pode ser considerada uma relíquia do Sistema Solar primitivo, embora muitas observações apontem para uma evolução das suas condições físicas, já que não são objectos estáticos.
Outra hipótese da sua existência é a colisão de dois grandes protoplanetas, entre Marte e Júpiter, que se fragmentaram em milhares de pequenos objectos.


  Subdividem-se em várias famílias, que tomam o nome do principal asteróide da família.


Entre as principais concentrações de asteróides existem regiões relativamente vazias conhecidas como "Kirkwood Gaps", correspondentes às zonas nas quais a atracção gravitacional de Júpiter impede a permanência de qualquer corpo celeste ("zonas de ressonância").


 Estes asteróides dividem-se, segundo a sua composição, em quatro categorias:
- C (75%), o maior é Palas (550 km) porque Ceres (933 km) passou a planeta anão;
- S (17%), o maior é Juno (241 km);
- M (5%), o maior é Psique (249 km).
Os restantes 3% são na maioria basálticos, com uma composição semelhante à da lava vulcânica da Terra ou da Lua. O único destes que é de tamanho considerável é Vesta (530 km).


5. TROIANOS JOVIANOS

A palavra troiano vem do facto de a maior parte destes asteróides serem heróis da guerra de Troia. Como todos os troianos, circulam na mesma órbita do planeta, neste caso Júpiter, associando-se em dois grupos:


No ponto L4, com 13 000 asteróides com mais de um quilómetro de diâmetro e com uma massa total 1 600 vezes menor que a da Lua, a maioria tem nomes de heróis gregos da guerra de Tróia; entre as excepções, está o maior, o troiano Heitor (160 km de diâmetro). São os do "campo grego".
No ponto L5, com 8 000 asteróides com um quilómetro ou mais de diâmetro e com uma massa total 2.500 vezes inferior à da Lua, a maioria recebeu nomes de heróis troianos. As excepções contêm o maior deles, o grego Mentor (120 km). São os do "campo troiano".

Da lista oficial constam dois milhares. Provavelmente tiveram a sua origem nalgum asteróide que foi capturado por Júpiter. O primeiro asteróide troiano foi descoberto, no ponto L4, a 22.Fevereiro.1906 por M. Wolf (Heidelberg), que lhe chamou Aquiles, o maior herói grego da Ilíada.


6. FAMÍLIA HILDAS

Este grupo está em ressonância 3:2 com Júpiter (demora tanto tempo a prefazer três órbitas em volta do Sol quanto Júpiter demora para fazer duas).
Constitui um triângulo de lados ligeiramente convexos - o "Triângulo de Hildas" - com uma particularidade curiosa: apesar de cada asteróide ter a sua própria órbita, mantém-se a configuração triangular, formando no conjunto uma barredura em anel.

Do lado esquerdo: o Triângulo de Hildas tendo como fundo
 todos os asteróides interiores à órbita de Júpiter.
Do lado direito: a posição de cada asteróide deste grupo
 tendo com fundo as suas órbitas.


Aqui fica o gráfico oficial de todos os "corpos menores da Cintura Principal:

Plot of the Inner Solar System


7. CENTAUROS

São asteróides que orbitam entre Júpiter e Neptuno e fazem a “ponte” entre a Cintura Principal e a Cintura de Kuiper. Há cerca de centena e meia oficialmente registados.

Na mitologia grega, os Centauros, "matadores de touros", eram seres com o cabeça e tronco humanos e o resto de cavalo. São muito conhecidos pela luta que mantiveram com os Lápitas, provocada pela sua tentativa de raptar Hipodâmia no dia do seu casamento com Pirítoo, rei dos Lápitas.

Uma das métopas (espaço existente entre dois tríglifos de um friso dórico)
do Partenón (British Museum em Londres).

O primeiro a ser descoberto, apenas em 1977, recebeu o nome do Centauro Quíron. Ao contrário dos outros Centauros que, como os Sátiros, eram conhecidos por serem desordeiros, bebedores inveterados, muito mais dados à violência que à cultura, Quíron era inteligente, civilizado e bondoso, ficando célebre pelos conhecimentos e habilidade em medicina. Foi o tutor de Aquiles.



CARACTERÍSTICAS

Orbitam no sector exterior do Sistema Solar, entre Júpiter e Neptuno. Teriam tido a sua origem no seio do disco protoplanetário, mas acabaram por ser empurrados para o extremo deste disco por perturbações gravitacionais dos planetas gigantes. A sua elevada excentricidade faz com que se cruzem com os grandes planetas exteriores.



Asteroides Damocloides
Também conhecidos pelo “Grupo da Nuvem de Oort”, porque se supõe terem "caído" dessa zona longínqua do Sistema Solar, formam uma família muito especial entre os Centauros: orbitam entre Úrano e Marte, têm excentricidades e inclinações elevadas e alguns têm órbitas retrógradas. Por isso a sua definição é um pouco difusa e pode confundir-se com os cometas. Há até quem os considere núcleos desactivados de cometas da família Halley. Estão classificados cerca de quarenta.

O nome vem da conhecida figura de Dâmocles, um cortesão bajulador e amigo do “tirano” Dionísio de Siracusa, desejoso de ocupar o lugar de rei. Até que Dionísio resolveu fazer-lhe a vontade e nomeou-o rei por um dia. Feliz da vida, adorou sobretudo ser servido como rei no banquete em sua honra. Mas, ao inclinar-se para beber uma taça de vinho, reparou que tinha sobre a cabeça uma espada suspensa apenas por única simples crina de cavalo, podendo cair a todo o momento. Imediatamente perdeu o interesse pela excelente comida e pelos belos rapazes e abdicou de seu posto, dizendo que não queria mais ser tão afortunado.
Esta história, contada por Cícero, encerra uma moralidade muito útil ainda para os dias de hoje: nós só vemos e ambicionamos o que de bom têm os outros, ignorando quantas dificuldades poderão estar por detrás dessas benesses.




8. Asteróides TNOs (Objectos transneptunianos)

Esta expressão inclui todos os objectos que estão para lá de Neptuno e que inclui vários grupos.


8.1. TROIANOS NEPTUNIANOS
Têm o mesmo período orbital de Neptuno, estando localizados nos pontos L4 e L5 ("ressonância 1:1"). Neste momento, estão oficialmente registados seis. O primeiro, que ainda, não tem nome (2001 QR 233), foi descoberto em 21.Agosto.2001.



8.2. PLUTINOS
Estão em "ressonância 2:3" com Neptuno. O seu nome vem de Plutão, que segue uma órbita apanhada na mesma ressonância. Representam 25% dos KBOs (Objectos da Cintura de Kuiper).
O seu período orbital é de cerca de 247.3 anos (uma vez e meia o de Neptuno).



Os seus objetos são conhecidos como KBOs (Kuiper Belt Object = objecto da Cintura de Kuiper). São também conhecidos por Cubewanos, cujo nome deriva do primeiro TNO descoberto depois de Plutão e Caronte, o  (15760) 1992 QB1. A partir daí, os objectos semelhantes foram chamados "QB1-o's", ou "cubewanos".
Há mais de meia centena oficialmente registados.


Contrariamente aos asteroides da Cintura Principal, os KBOs sofreram poucas alterações desde a formação do Sistema Solar.
A sua origem é incerta. Pensa-se que os seus objectos são remanescentes da nebulosa protossolar que deu origem aos planetas. Os KBOs são rochas congeladas contendo metano, amónia e água com tamanhos que podem variar de 100 a 1000 km.


Possivelmente no passado teriam sido maiores e mais numerosos, mas as interacções com os planetas, principalmente com Neptuno, e as colisões mútuas acabaram por expulsar muitos deles, seja na direção do Sol, seja no sentido oposto acabando por ir fazer parte da Nuvem de Oort.


Estes objectos são muito difíceis de detectar, devido ao seu muito fraco brilho.


Estas duas imagens do "Hubble" de uma mesma região, muitíssimo ampliada, estão separadas por duas horas. Nelas vemos uma galáxia, mancha branca no canto superior direito, uma estrela, no canto inferior esquerdo, e um círculo tracejado que realça a presença de um pequeno objeto em movimento, um provável KBO.


8.4. ASTERÓIDES SDOs (Scattered disc objects = Objecto do Disco Disperso) 
Têm uma excentricidade muito elevada (periélio, 35 UA; afélio, 100 UA) bem como elevadas inclinações. Estas órbitas extremas podem ser resultado de "espalhamento" gravitacional dos planetas gigantes (gasosos). Continuam a estar sujeitos às perturbações gravitacionais do planeta Neptuno.


8.5. ASTERÓIDES DDOs (Distant Detached Objects = Objectos Destacados pela Distância)
São os objectos com maior periélio do Sistema Solar.
Até 2007, tinham sido descobertos nove seguramente identificados, dos quais o mais conhecido é Sedna, um dos candidatos a planeta anão.